A Escolha Contra a Estabilidade

Os Concursos e a Realidade

A trajetória profissional de Ivan Prizon parecia trilhar o caminho que muitos brasileiros consideram ideal: a estabilidade do serviço público. Entre 2015 e 2018, ele acumulou aprovações em cinco concursos públicos de alta concorrência e prestígio:

• Analista na AGEPAR - Agência Estadual de Regulação
• Economista na SEFA-PR - Secretaria da Fazenda do Paraná
• Professor Universitário na UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul
• Professor Universitário na UNESPAR - Universidade Estadual do Paraná
• Técnico no TECPAR - Instituto de Tecnologia do Paraná

Além disso, Ivan também foi aprovado nos processos seletivos dos programas de mestrado da UNESP e da UFSM, além do doutorado na UFPR. O caminho acadêmico estava pavimentado.

A proposta financeira incluía: salário inicial de R$ 10.000, com progressão de carreira estruturada, benefícios completos (plano de saúde, previdência complementar, férias estendidas) e reconhecimento social. Para qualquer observador externo, Ivan tinha conquistado o "sonho brasileiro" — estabilidade financeira e tranquilidade para desenvolver uma carreira acadêmica paralela.

A Desilusão com a Improdutividade

Mas a experiência de Ivan dentro do setor público revelou uma realidade perturbadora. Dia após dia, ele testemunhava uma cultura de baixa produtividade que permeava diversos setores. Mais grave ainda: um baixo impacto na vida das pessoas que supostamente deveriam ser beneficiadas pelos serviços públicos.

Ivan conheceu de dentro aquilo que muitos criticavam apenas de fora. Trabalhou ao lado de profissionais dedicados do Estado, pessoas das quais extraiu aprendizados sobre gestão pública, políticas públicas e dinâmicas institucionais. Sua passagem pela Federação das Indústrias do Paraná (FIEP) e pelo Governo do Estado do Paraná proporcionou contato com projetos relevantes e técnicos competentes.

Entretanto, também presenciou o lado oposto: profissionais desmotivados que contribuíam negativamente para a imagem do setor público. Departamentos inteiros que existiam apenas por existir, sem necessidade técnica real, sem entregas efetivas e sem vontade de contribuir para aqueles que, através de seus impostos, financiavam seus salários.

A contraprodutividade sistêmica que observou não era apenas frustrante do ponto de vista profissional — era um desperdício de potencial humano e de recursos públicos. Ivan começou a questionar: será que sua formação como Bacharel em Economia, Mestre em Economia pela Universidade Federal do ABC (UFABC), Especialista em Inovação e Marketing e Doutorando em Política de Inovação não poderia gerar mais impacto em outro ambiente?

A Escolha Inconsequente

A decisão estava tomada. Entre a segurança do público e o risco do privado, Ivan fez uma escolha que chocou familiares, amigos e colegas: escolheu o impacto. Escolheu fazer a diferença.

Ele fez o que praticamente todos ao seu redor julgaram inconsequente: abriu mão de todos os cinco concursos públicos para abrir uma empresa. Recusou a estabilidade de R$ 10.000 mensais garantidos, a progressão de carreira, os benefícios vitalícios. Disse não para uma vida financeiramente tranquila e previsível.

Foi contra a mentalidade de estabilidade profundamente enraizada na cultura brasileira. Disse não para a contraprodutividade que observara. Sua experiência prática havia mostrado que era possível fazer a diferença diretamente nas empresas, intervindo com conhecimento técnico acumulado para gerar trabalho, renda e lucro sustentáveis.

Como economista, o sonho de Ivan sempre foi fazer a diferença na sociedade. Inicialmente, acreditou que o setor público fosse o melhor meio para isso. Mas percebeu que a maneira pela qual poderia realmente contribuir seria através da intervenção direta nas empresas, aplicando todo seu conhecimento científico acumulado ao mundo real dos negócios.

"Meu sonho sempre foi fazer a diferença como economista. Pensei que o setor público fosse o caminho, mas descobri que poderia contribuir muito mais intervindo diretamente nas empresas, através do conhecimento em Economia, Inovação e Marketing. Fazer empresas crescerem significa gerar mais empregos, mais renda, mais valor para a sociedade."